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A importância da atividade física para um envelhecimento ativo e saudável

Envelhecer com sucesso envolve manter a funcionalidade, ou seja, ter autonomia e independência, com a capacidade de tomar decisões e realizar tarefas sem a ajuda de outros. Tanto a cognição quanto a motricidade são cruciais para que o idoso se mantenha funcional e, assim, preserve sua qualidade de vida até idades avançadas.

Um dos principais desafios do envelhecimento é a sarcopenia, a perda de massa e força muscular, uma vez que a fraqueza nos músculos contribui para a perda de funcionalidade, da mobilidade e, consequentemente, da capacidade de realizar atividades diárias, impactando diretamente a qualidade de vida.

Por isso, é fundamental investir em uma “poupança de músculos”. Isso implica em valorizar e manter a massa muscular desde cedo, por meio da prática regular de atividades físicas. A debilidade deste sistema está ligada a diversos problemas, como quedas, osteoporose, isolamento social, transtornos de humor, como a depressão, além de síndromes demenciais.

A atividade física é um dos pilares fundamentais para a prevenção de um envelhecimento dependente. Manter-se fisicamente ativo não apenas ajuda a conservar a massa muscular, mas também reduz o número de idosos hospitalizados ou que precisam de cuidados constantes. Além disso, a atividade física promove uma série de benefícios adicionais, como a melhoria das interações sociais, do apetite, do sono e da função cognitiva.

Para idosos com câncer, inclusive em estados avançados, a prática de exercícios é ainda mais crucial. Uma pesquisa recente, liderada pelo oncologista da Oncoclínicas&Co, Paulo Bergerot, e apresentada no Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO 2024), o maior congresso de oncologia do mundo, confirmou que a atividade física reduz a fadiga e prepara melhor o paciente para enfrentar os tratamentos, resultando em desfechos mais positivos.

Os resultados evidenciaram que idosos com mais de 65 anos e sob tratamento oncológico tiveram melhora na qualidade de vida e alívio de alguns efeitos colaterais dos medicamentos de imuno e quimioterapia após 12 semanas cumprindo uma rotina de atividade física moderada. Portanto, manter uma rotina de exercícios, mesmo após o diagnóstico de câncer, é essencial.

A motivação para incorporar a atividade física na rotina diária deve ser reforçada por médicos, oncologistas, geriatras e equipes multidisciplinares, incluindo nutricionistas, fisioterapeutas e profissionais de educação física. É fundamental que os pacientes com câncer sejam acompanhados por especialistas capacitados e incentivados pela família, que muitas vezes tem a percepção equivocada de que o exercício pode ser prejudicial.

Investir na promoção da atividade física entre os idosos não é apenas uma questão de saúde individual, mas também de saúde pública. Um idoso ativo e funcional não só vive melhor, como também contribui para um sistema de saúde mais sustentável e menos oneroso. Portanto, incentivar a prática regular de exercícios físicos é um passo fundamental para garantir um envelhecimento ativo, saudável e pleno.

Por Sandra Brotto, geriatra da Oncoclínicas em Recife


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