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Ansiedade e depressão infantil: saiba como a prática do yoga pode ser uma ferramenta de combate

O aumento dos casos de ansiedade e depressão infantil tem se tornado uma preocupação crescente entre pais, comunidade escolar e profissionais de saúde. Um estudo publicado na revista médica JAMA Pediatrics, aponta que entre os anos de 2016 e 2020 o número de crianças diagnosticadas com ansiedade cresceu 29%, e os casos de depressão aumentaram 27%. Um outro estudo publicado no mesmo periódico que analisou o período de pandemia, evidenciou que uma em cada quatro crianças e adolescentes sofre de depressão, enquanto uma em cada cinco está lutando contra a ansiedade.

Para tentar combater este crescimento, o Colégio Apoio do Recife, introduziu o yoga infantil como parte da rotina escolar, uma das práticas que tem se mostrado eficaz para ajudar as crianças a lidar com o estresse e as pressões do dia a dia. Alunos a partir do Infantil 3, crianças com idade aproximada dos 4 anos, até o 5º ano, alunos e alunas com 10 a 11 anos, têm aulas quinzenais, aprendendo a relaxar e gerenciar o estresse. A prática ajuda na diminuição da tensão muscular e mental, melhora da concentração em atividades escolares, controle da respiração, a desacelerar o fluxo de pensamento; também auxilia no desenvolvimento da coordenação motora, numa maior consciência de postura adequada, no equilíbrio corporal, além de trabalhar a autoestima, paciência e confiança das crianças.

“Queremos que as crianças entendam que são sujeitos em construção, mas que existem práticas alternativas que vão ajudá-las a direcionar os sentimentos, acomodar a raiva e o medo sem se culpabilizar; controlar suas reações diante das emoções, perceber um corpo mais consciente. Não é negar os sentimentos e sim, trabalhá-los. Se pudermos aprender a fazer isso na infância, teremos ganhos muito positivos que vão trazer benefícios também para o adulto que esta criança vai se tornar”, explica a Psicomotricista Relacional e Orientadora Educacional Tércia Bezerra Pereira, do Colégio Apoio, que também é instrutora de yoga.

Entre os principais sinais de ansiedade em crianças estão a diminuição do rendimento escolar, alterações no apetite, dificuldades no sono com sonolência ou insônia, dores de cabeça e tonturas, isolamento social, pesadelos recorrentes e irritabilidade.“Existem diversos comportamentos para os quais é preciso que a família e a comunidade escolar estejam atentas, para evitar que as crianças cheguem a quadros de ansiedade e depressão. A ansiedade em níveis normais faz parte da vida do ser humano e é natural. No entanto, quando há uma recorrência de tristeza, apatia, falta de pulsão e desejo é um sinal de alerta. Vale ressaltar que isso não acontece de um dia para o outro. Os comportamentos podem acontecer em períodos mais ou menos frequentes e de maior ou menor intensidade e duração”, aponta a psicóloga Manuela Tavares, do Colégio Apoio.

A psicóloga ainda destaca que o consumo excessivo de telas é um dos principais fatores que pode estar ligado a este aumento no número de crianças com ansiedade e depressão. “O consumo excessivo de telas na infância pode resultar em uma postura passiva e pouco criativa, intolerante à espera, imediatista, e com baixo limiar de frustração. Além do risco de um consumo de conteúdos inapropriados para a idade que a criança ou o adolescente ainda não tenha maturidade emocional para entender e elaborar. Os pais e mães não devem ser radicais, retirando completamente as telas da vida dos (as) filhos(as), mas precisam acompanhar e criar rotina”, explica a psicóloga Manuela Tavares, do Colégio Apoio.

“As crianças precisam ser estimuladas a viverem o ócio. Se elas reclamam que não têm nada para fazer, convide-as para olhar o céu, explorar um jardim, deixe a criança experimentar isso, ao invés de ofertar uma tela”, aponta a Psicomotricista Relacional e Orientadora Educacional Tércia Bezerra Pereira. Para a prevenção da ansiedade em crianças, ela ressalta a importância do brincar com outras crianças e com os adultos, receber do adulto uma escuta ativa e afeto para criar um vínculo positivo e estruturante para o(a) filho (a) e desenvolver a confiança, além de praticar atividades para controle do estresse, percepção e direcionamento dos sentimentos, como o yoga.


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