Iniciativa cultural resgata acervo histórico do Agreste de Pernambuco

Com um rico acervo de cerca de oito mil peças, o Museu Histórico Dulce Pinto é um dos mais expressivos tesouro do patrimônio cultural do Agreste pernambucano, com um acervo que inclui ferramentas, objetos indígenas e restos mortais encontrados em pesquisas na região. Localizado em Brejo da Madre de Deus, a 204 km de Recife, é um dos poucos museus no interior de Pernambuco montado nos padrões museológicos. Por isso, um projeto cultural se propõe a desenvolver um inventário adequado e proporcionar melhorias das condições de acessibilidade do museu, que se consolida como um importante polo cultural. Desta forma, o projeto “Inventário de Acervo – Patrimônio Documental” não só preserva a história da região, mas também contribui educando e inspirando futuras gerações. “Brejo da Madre de Deus desperta a curiosidade por seus encantos naturais com trilhas ecológicas e diversos monumentos históricos. O próprio Museu, instalado em um sobrado colonial, tem acumulado ao longo de mais de três séculos a história oficial e documental desta parte da colônia”, explica Dora.

A preservação desse acervo é essencial para manter viva a memória de Brejo da Madre de Deus e das cidades vizinhas, assegurando que esse legado histórico continue a ser acessível para todos os interessados. O Museu Histórico Dulce Pinto está situado em um espaço espaço privilegiado, pois está abrigado em um sobrado colonial do século XVIII/XIX. A edificação também foi nos últimos anos alvo de um projeto ambicioso de recuperação da edificação, liderado pela pesquisadora Dora Dimenstein e pela arquiteta Marina Russel, com incentivo da Funcultura. Marina Russell Brandão Cavalcanti, arquiteta coordenadora do projeto de acessibilidade do museu, destaca a importância de adaptar o espaço para receber um número maior de visitantes. “Devido à importância histórica do prédio e de seu acervo, e para que possa atender as normas vigentes quanto à acessibilidade, especialmente em bens tombados, este projeto virá atender a uma necessidade urgente. Ele viabilizará a execução de novos projetos culturais e de restauro para disponibilizar ao público o acesso às dependências do museu e às informações de seu vasto e importante acervo”, afirma Marina.

Agora, o projeto visou catalogar, digitalizar e acondicionar esses cerca de oito mil documentos históricos que narram a rica história da região. O projeto não só preserva esse material valioso, como também o torna acessível ao público. O acervo documentado vai desde certidões de nascimento até relatos históricos, oferecendo uma janela para o passado econômico, social e cultural não apenas de Brejo, mas de toda a região do Agreste. “Nossa finalidade é digitalizar esses documentos, fazer um catálogo e colocá-los disponíveis nas redes sociais e em meios adequados para torná-los mais acessíveis ao conhecimento público”, destaca Dora. A iniciativa, que já está em sua fase final, contou com o envolvimento da arquivista Cecília Canuto e uma equipe dedicada, que se debruçou sobre a tarefa de higienizar, catalogar e digitalizar os documentos. Como parte do processo, foi criada uma sala adequada para o armazenamento desse acervo, com móveis e condições específicas para garantir a sua preservação.

Além da digitalização, o projeto inclui a distribuição de DVDs com os documentos para bibliotecas, o Arquivo Público do Recife e outros centros culturais. “Viabilizar que o material possa estar disponível para consulta aos diversos públicos é o foco do projeto”, afirma Dora. Para aqueles que desejam ter acesso direto ao acervo, o museu disponibiliza a consulta mediante agendamento prévio, uma medida que garante a conservação dos documentos e o acesso controlado a essa valiosa fonte de pesquisa histórica.